Sinopse:
É com muita surpresa que se recebe o “assim alado” do poeta Márcio Moraes, uma escritura inteligente, bem pensada. O que quer o poeta Márcio Moraes com o seu assim alado? O poema “al fa be to” insinua um caminho: amo letras/ faço alfa/beleza estética/ término ômega”. No poema “literatura”, aliás com grande intensidade dramática, o sujeito poeta questiona a validade da poesia e da literatura, faz-se presente o poeta-professor de literatura, no seu ofício se debatendo com a “in-utilidade” da literatura.O que o poeta tem a dizer? É a reflexão do poema “tudo já foi dito”, que responde: “ ainda bem/não é permitido /dizer/tudo”. É sobretudo um livro provocativo. Percebe-se o cuidado em trazer poesia e pensamento juntos, sem haver algum prejuízo das partes. Não é uma releitura e diálogo ingênuos com o simbolismo de Cruz e Souza, nem tampouco há uma gratuidade na evocação de Augusto dos Anjos, dos modernistas ou dos concretistas. Moraes, de fato, é provido de consciência artística. O assim alado, seu terceiro projeto; configura-se como um livro, dotado de asas, que se movimentam com delicadeza, com leveza; graça, elegância e também, com a necessária gravidade, atingindo suas múltiplas expansões. Na sua potencialidade inventiva, dos encontros múltiplos, situa-se em uma espécie de devir-poético. (Marli Fróes in.: Prefácio do livro)