Poesia premiada no 22º Prêmio Literário Paulo Setúbal – Contos, Crônicas e Poesias
Colocação: Menção honrosa
Tatuí-SP
senhor sabe
perigoso
é viver longe dela
estória
contada
cantada
encantada
vinda do morro
que nem recado
burrinho ensina o truque
é sete de ouro
manilha de começo de fim de jogo
carta que volta
pródiga que nem
vaqueiro selado na terra
sertaneja
doença de saudade se sara
com
palha de fumo tragado gostosa
sentado na margem terceira de rio
olhando distante a menina de lá
de fita verde no cabelo
aí então a vontade de partir
audaz navegante
mas só nenhum nenhuma
estória de amor é no campo geral
bonita é a noite do grande sertão
se o que há neste mundo
é ele o O
de tudo
o senhor mire e veja
o duelo é de dia
no meio do redemoinho
feito o mal feito
traição de judas
regra é lei
tem de vingar
gente minha solta nas veredas
do sertão
capelinha de santo só
tem deus
pedir são marcos da abadia
proteção contra verdes olhos
mirados no espelho
é coisa lá dele
do demo
corpo fechado
doutor põe óculos
travessia longa
é a vida
que engana até jagunço
que se revela no fim
tudo bem
grosso e misturado
mistério o senhor põe reparo
nas conversas de bois
que nem gente encantada
tranquilo fica pode ficar
marca no corpo é coisa pequena
a alma leva para sina
a regra chega
demora nada é esperar
a hora e a vez
da pauta
nonada