Seus dedos a teclar o meu teclado,
Cada letra batida em força aguda,
E de preto a vermelho a letra muda
Seu tom e sua cor e seu traçado.
O som de minha máquina, agitado,
Tal tropel que aos ouvidos assim gruda,
Faz a arte trabalhar com muita ajuda
Do poeta em seus versos o seu brado.
Parceira do escritor à moda antiga,
Que gosta de sentir o cheiro almaço
Do papel se escrevendo em vivo espaço.
Mecânica que nunca se desliga,
A datilografia, essa obsoleta,
Faz de mim do poeta uma caneta.