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Márcio Moraes
no leito solidário de uma floresta altiva descansem por favor a minha poesia
Textos

O Cruzeiro

 

Sim, a velha charrete ainda existe,

Não mais viva naqueles teus terrenos,

Em que nela dormíamos serenos,

Sob luzente cruzeiro que tu viste.

 

Ao tempo nada pode nem resiste,

E corpos se esvaziam hora plenos,

Hoje, não mais estrelas para acenos,

Nossa constelação do peito é triste.

 

Adiantou promessa tão insana?

De vivermos unidos na choupana?

Tu primeiro de mim, vida tão rápida,

 

Partiu para o mistério sem perdão.

E minha hora aqui espero neste chão,

Olhando este cruzeiro em tua lápida.

Márcio Adriano Moraes
Enviado por Márcio Adriano Moraes em 31/01/2021
Alterado em 26/01/2024
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