O sono
O corpo pede solidão e descanso.
Na colcha humana, macia e querida,
Peito sobre seio, face estendida,
Fluidos vertidos após amar tanto.
O cérebro centrado trabalhando,
Uma vida ilusória bem vestida
De sinceridade, sem a mentira
Soberana fingida com o pranto.
Na realidade abstrata do sono,
Encontramos o desejado sonho
De ter amor perene neste mundo.
Mas ao acordar, o corpo ao lado não está,
E os olhos procuram sem enxergar
Tudo só foi um belo sonho profundo.
In:
Via Crucis, 2009, p. 12.