Ilação mental
Você no fundo de um poço raso pulou,
Não vendo, todavia, a luz no fim do túnel.
Vai seguindo seu instinto de cego fulgor.
Enxergar, pois, só o superficial, só o túnel.
Esta sua vida não a deixa perceber.
Frase que digo com toda minha certeza,
Porque sei: desatenta é, dona do saber.
Você que lê com pressa como quem não pensa.
Não me intimida sua crença nos duendes.
Presta, pelo menos, para suavizar.
Atenção, isso é um bom exercício para as mentes,
Nas entrelinhas ler e em versos encontrar
Coisas que não estão tão claras assim nas lentes,
Que estão no topo do poço, sim, estão lá.
Você talvez um dia possa vislumbrar,
Lê, porque, o bom cego, o principal, as mentes.
In:
Genuíno, 2007, p. 51.