Educação não é um ofício. Diferentemente do que se pensa, educar não é uma profissão que se aprende dentro de uma sala de aula com profissionais da área. Então, vem o outro lado, educar se aprende com o contato, com o tato entre os educandos. Mas aí é que se engana. Educar também não se aprende assim. Parece estranho, mas se educação fosse algo formado dentro das academias ou dentro de salas de aula, todos seriam educados, todos seriam exemplares educadores, pois todos, um dia, passaram por professores. Então, o que é educação?
Essa pergunta, eu não saberei respondê-la. Mas posso dizer, depois de tantos anos convivendo com diretores, pedagogos, professores e alunos, que educação é poesia. Sim, aquilo que é vivenciado em uma escola ultrapassa o campo do saber. Os livros que nos servem de suporte não são capazes de revelar todos os mistérios que ainda hão de surgir. Também não conseguem permanecer em sua totalidade na superfície da memória. Entretanto, o que é levado para sempre, por todos que pisam em um solo estudantil, são as vivências humanas que ali experimentaram.
É isso que levarei comigo, a certeza de que minhas palavras não se esvairão no tempo, pois as plantei em cada escola em que estive. Se findo minha carreira de educadora, é por que o tempo, este amargo selo da vida, sussurra-me no ouvido: “sua missão foi cumprida”. O que, na verdade, nunca saberei se deveras fora. Porém, é o curso natural que nos foi imposto, a todos nós.
O que me resta é deixar para todos aqueles que comigo estiveram o meu sorriso de obrigado por fazerem parte da minha poesia. Risco o meu último verso neste poema. Mas ele ainda está longe de terminar, pois, a cada dia, preenchemos uma estrofe com nossas vidas. Isso, talvez, seja Educação.
Para Terezinha Benquerer, que a vida me privou de conhecê-la antes,
mas que não me foi injusta por não deixar de conhecê-la.
Que essas palavras lhe sirvam da forma que as bem querer.
Com carinho, Márcio Adriano Moraes.