Debaixo da cama
A ânsia dominava o rapaz. Os seus poros exalavam sonhos, desejos ardentes, corpo em alto grau, quentura sobrenatural. Um momento há muito esperado e tantas vezes adiado. A moça também ardia por aquele instante, enxergar-se límpida. O clima deveria ser magno, único; afinal seria a primeira vez dos dois. E finalmente chega o dia, pai e mãe se ausentam. O impedimento paternal estava solucionado, mas faltava o fraternal.
O combinado foi feito por telefone. A moça liga para o rapaz e marca a sessão às 19h. O irmão estaria jogando bola a partir desse horário e até por volta das 22h não retornaria a casa. Pontualmente, o rapaz chega eufórico, armado e bem preparado com todos os apetrechos necessários para consumar o ato. Não poderia haver falhas, da primeira vez nunca se esquece. A moça abre a porta singelamente, e os olhos se encontram sem timidez. O cumprimento esperado de sempre, lábios estendidos, e braços se cruzando.
Tudo seria feito na cama dos pais, espaço adequado. A moça prepara o ambiente, o rapaz entra no banheiro e troca a sua indumentária. Não poderia concretizar aquele ato de qualquer forma, com qualquer roupa. Para essas ocasiões são necessários panos adequados ou ausência de panos inadequados. Depois de arrumada a cama e por cima dela os itens necessários dispostos, a moça também foi ao banheiro e trocou suas vestes. Com todos os acessórios prontos, o rapaz e a moça começam o ato. Ele se oferece primeiro e deita na cama e fica com o abdômen para cima; a moça se coloca numa posição superior para perceber todos os detalhes que o corpo proporciona. Com as mãos femininas sente a pele e vê a necessidade de sua atuação. Apesar de ser a primeira vez dos dois, a moça teria uma atuação mais ativa que o rapaz, pois estudara muito sobre o assunto que é tipicamente feminino.
Ele então se vira agora com as costas expostas, a moça novamente faz os gestos esperados, passando tudo sobre as costas. Volta a posição primaria, e a moça, depois de exercitar os músculos com suas mãos, começa a realizar o desejo tão sonhado; peito, virilha, pernas tocadas. Põe com delicadeza e depois tira, puxando com muito carinho para não sentir dor. Contudo, é impossível não sentir dores naquele momento. Gritos são dados, sussurros também. Palavras de força, de incentivo são ditas entre os movimentos. Um gozo intenso! Ao lado da cama eram depositadas...
O portão bate. O ato estava quase concluído, quando a moça percebeu a chegada do irmão mais velho. Perigo! O irmão não aceitaria jamais aquilo acontecendo na cama de seus pais. A irmã se desespera e tranca a porta do quarto. O rapaz fica atônito, sem reação. A moça sugeriu o guarda-roupa, mas ele preferiu jogar-se embaixo da cama com a roupa minúscula. A moça abre a porta e disfarça. O irmão quer saber por que a porta estava trancada, sente um clima diferente no ar. Desajeitada, a garota acabou se esquecendo de limpar tudo com precisão, e pedaços de ceras ficaram jogados no solo. Sob a cama o rapaz tremendo de medo, envergonhado, sem saber o que fazer, o suor descendo tão rapidamente que o assoalho já estava todo molhado.
O irmão, no quarto, percebe pêlos sobre a cama bagunçada, um cheiro estranho. Uma pinça no chão denuncia algo errado, abaixa para pegá-la e ao olhar debaixo da cama vê o rapaz só de cueca. Fica enfurecido, grita, esbraveja; um rapaz no quarto dos pais sozinho junto com a irmã! O rapaz sai daquela situação envergonhado e fica em pé à frente do irmão que olha aquele corpo branco e sem pêlos. Não houve tempo necessário para concluir as pernas que estavam ainda com cera. A moça entra no quarto e começa a xingar o irmão que tinha estragado todo aquele momento. Vários pensamentos passaram na mente do irmão que, sem saber o que dizer, sai do quarto recomendando a irmã que limpasse aquela sujeira. O rapaz veste a sua roupa, agradece à moça, ela se desculpa, e vai embora. Ficou durante algum tempo sem usar roupas curtas, até que os pêlos voltassem a crescer...