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Márcio Moraes
no leito solidário de uma floresta altiva descansem por favor a minha poesia
Meu Diário
15/01/2015 11h22
canção ao timbira

 

canção de um exílio do índio timbira
um canto guerreiro da tribo sombria
é o canto piaga da sua nação
tupã poderoso retira esta embira
da musa cativa que não é mais minha
estrela do mar leviana canção
 
delírio das trevas do índio valente
meu deus sofrimento do bravo pungente
a escrava do congo com sangue lhe cinge
os olhos da vida de uma alma clemente
nas quadras do amor sua voz canto ardente 
na lajem dos mortos de fraco então finge
 
mas hinos terríveis da rosa do mar
donzela suspira vestida de ar
ideia de deus como um raio lhe veio
toar novos cantos e nunca deixar
que rola esponsal ante deus a clamar
a morte de amor do timbira guerreiro
 
os últimos cantos de pedra gigante
do leito de folhas jatir além cante
i-juca-pirama se torna eu vi
e só marabá verdes olhos encante
nos túmulos deixa saudades levante
da taba o timbira que vence o tupi 

Márcio Moraes
 

In: ADLER, Dilercy Aragão; VAZ, Leopoldo Gil Dulcio. Antologia mil poemas para Gonçalves Dias. São Luís: EDUFMA, 2013, p. 524.

Leia o livro completo baixando pelo link: http://www.marcioadrianomoraes.com/ebook.php?idt=5102530

Publicado por Márcio Adriano Moraes
em 15/01/2015 às 11h22

 

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