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Márcio Moraes
no leito solidário de uma floresta altiva descansem por favor a minha poesia
Meu Diário
07/12/2014 23h40
VESTIBULAR DA UNIMONTES 1/2015 - COMENTÁRIO DAS QUESTÕES DE LITERATURA: GRUPO 1

Caderno 14

 

13 (Unimontes) Assinale a alternativa CORRETA sobre o conto “Felicidade clandestina”, de Clarice Lispector, e o filme A menina que roubava livros.

A) Os livros roubados são, para as personagens, signos de enfrentamento à pressão vigente.
B) Nas duas histórias, os livros representam matéria de salvação para as protagonistas.
C) As personagens vivem clandestinamente a experiência libertadora da leitura.
D) Pode-se dizer que o ambiente de guerra se reflete de forma similar nas duas personagens.

Comentário: A) Incorreta: Em Felicidade Clandestina, a protagonista não rouba livros. B) Incorreta: Não se pode dizer que os livros são matéria de salvação nas duas histórias. Em Felicidade Clandestina, a experiência da espera do livro, faz a protagonista amadurecer. Não é matéria de salvação, mas de crescimento. Em A menina que roubava livros, a lógica também é a mesma. Com as leituras, a protagonista vai amadurecendo quanto pessoa. C) Correta: A leitura traz uma experiência libertadora, no sentido de fazê-las crescer ante o mundo que as cercava. D) Incorreta: Não há ambiente de guerra em Felicidade Clandestina; e se pensar em uma “metáfora” para a relação entre as personagens, também estaria incorreto, já que as narrativas não são similares nesse quesito. 

 

14 (Unimontes) As obras “A menina de lá”, “Felicidade Clandestina” e A menina que roubava livros podem ser lidas como expressão da/do
A) ótica invulgar da criança sobre o ambiente da opressão e guerra.
B) experiência das meninas com o diferente, o inatingível e o libertador.
C) desejo sobre o proibitivo e inatingível.
D) sentimento catártico das meninas sobre a literatura e a leitura. 

Comentário: A) Incorreta: Apesar de serem personagens singulares, a expressão “ótica invulgar” não seria aplicável, por exemplo, em Felicidade Clandestina, já que no conto são mencionadas outras crianças devoradoras de livros, além da protagonista; ademais, não há “ambiente de opressão e guerra” em A menina de lá; realidade presente em A menina que roubava livros. B) Correta; bem semelhante à questão anterior, as protagonistas experimentam esse contato, em Liesel e Clarice, os livros; em Nhinhinha, o “lá”; livros e “lá” são símbolos desse diferente, inatingível e libertador; Liesel e Clarice se libertam de suas “ingenuidades”, amadurecendo; enquanto Nhinhinha liberta-se do “cá”. C) Incorreta: Ler não é proibido, nem na Alemanha Nazista, proibido era a leitura de livros contrários à ideologia do partido. D) Correta: Em A menina de lá, Ninhinha não tem experiência com a leitura, suas estórias são fruto de sua sensibilidade, incompreendida por nós. 

 

15 (Unimontes) Leia o fragmento retirado do conto “Sorôco, sua mãe, sua filha”, de Guimarães Rosa, para responder ao que se propõe.

Todos caminhando com ele, Sorôco, e que canta que cantando, atrás dele, os mais detrás quase que corriam, ninguém deixasse de cantar. Foi o de não sair mais da memória. Foi um caso sem comparação. (ROSA, 2001, p. 66).

Assinale a alternativa INCORRETA.
A) O canto alude a uma possiblidade de transformação redentora, que atinge os habitantes do lugarejo.
B) O canto possibilita uma desconfiança dos sistemas estagnados e das verdades absolutas.
C) O canto corresponde a uma metáfora do poder transformador daquele que está do lado marginal ou incomum.
D) O canto representa a construção de uma sociedade igualitária e justa, na cidadezinha mineira.

Comentário: A) Correta: Todos se libertam das amarras sistemáticas institucionalizadas. B) Correta: Uma continuação da alternativa anterior, por trazer uma reflexão questionadora sobre o que é dito como verdade. C) Correta: As loucas, juntamente com os homens do sertão, representam esse marginal e incomum, que nos trazem uma possibilidade de leitura diferente da razão e insanidade. D) Incorreta: O canto traz uma reflexão sobre a essência humana, não tem pretensões sociais, mas existenciais. 

 

16 (Unimontes) Sobre a expressão “felicidade clandestina”, do conto homônimo de Clarice Lispector, assinale a alternativa INCORRETA.
A) Indica que o desejo alcança os objetos ou seres inacessíveis, faltosos.
B) Exprime que a felicidade se vive após uma experiência dolorosa ou difícil.
C) Revela que a clandestinidade é a única forma possível de felicidade.
D) É uma experiência intensa, pessoal, incomunicável entre uma menina e o livro.

Comentário: A) Correta: O livro é um objeto inacessível e faltoso na vida da protagonista, e que lhe traz felicidade. B) Correta: Para conseguir a felicidade, a protagonista teve de passar por “uma tortura chinesa”, isto é, uma experiência dolorosa, tendo de ouvir a negação de concretizar a sua felicidade. C) Incorreta; afirmar que “a clandestinidade é a única forma possível de felicidade” restringe experiências felizes vivenciadas por qualquer pessoa. D) Correta: A felicidade vivenciada pela protagonista pertence apenas a ela, em sua intimidade e singularidade. 

 

17 (Unimontes) A respeito do livro Passaporte para a China, de Lygia Fagundes Telles, NÃO é verdadeira a alternativa 
A)  Percebe-se que a emoção sustenta os relatos da narradora, pois as viagens são vivenciadas numa esfera sensível e não física.
B)  As datas revelam que a escrita dos textos ocorre em tempo real ao da experiência de viagem.
C)  As marcações temporais atestam o caráter híbrido do gênero textual narrativo, que contém traços de diário, crônicas e contos.
D) O olhar detalhista e memorialístico da narradora contribui para uma feição vívida e sinestésica da experiência da viagem.

Comentário: A) Incorreta: Existe a esfera sensível da viagem, mas também existe a viagem física, a autora verdadeiramente faz uma viagem real à China, passando por vários países. B) Correta: O momento da enunciação, instante da escrita, corresponde ao momento do enunciado, instante do relato. C) Correta: A autora escreve suas experiências pessoas em quase todos os dias de sua viagem, fazendo uma espécie de diário de viagem, ao gosto das crônicas, bem como dos contos, pelo seu teor narrativo. D) Correta: A autora parece ter uma câmara em suas mãos, registrando situações bem singulares com bastante sensibilidade, sentindo (olfativamente, sonoramente, visualmente) cada experiência de sua viagem. 

 

18 (Unimontes) Em Passaporte, de Fernando Bonassi, NÃO é verdadeira a alternativa
A) A figura divina é desconstruída, humanizada, de forma a representar o espírito crítico e dessacralizador da obra.
B) O formato do livro – um passaporte – sugere que tanto o tema abordado nas narrativas quanto a própria experiência de leitura são viagens.
C) Fernando Bonassi metaforiza, em seu livro, uma viagem transcendental, rumo ao aprimoramento do espírito.
D) No livro, a urbanidade violenta e desagregadora é tema bastante explorado pelo autor.

Comentário: A) Correta: Nos minicontos, não há espaço para a divindade, seus relatos são marcados pelo signo da violência humana. B) Correta: A obra possui uma preocupação estética, não só dos textos, como também da visualidade do livro; reiterando o seu caráter de viagem. C) Incorreto: Como dito na alternativa “A”, não há imagem divina na obra, por isso não se pode falar em “viagem transcendental”, mas, sim, real; não há aprimoramento do espírito, mas denúncia da miséria humana. D) Correto: Bonassi escreve seguindo a realidade desagregadora e violenta da pós-modernidade. 

 

19 (Unimontes) 

A palavra crônica é derivada do latim Chronica e do grego Khrónos (tempo), por isso a crônica pode ser definida como o relato de uma impressão ou de acontecimentos em um determinado tempo. A quantidade de personagens é reduzida, podendo inclusive não haver personagens. É a narração de um fato do cotidiano, que pode ser narrado com um tom de ironia e bom humor, fazendo com que as pessoas vejam por outra ótica aquilo que parece óbvio demais para ser observado.

O tempo passa.
O tempo passa e vai reduzindo minha esperança de permanecer.
Sinto que com o passo do tempo eu também passo.
O tempo bem podia passar a largo, longe de mim.
(CANELA, 2014, p. 184.)
 
A partir dos trechos acima, assinale a alternativa INCORRETA sobre a obra Alguma Literatura: crônicas, de João Caetano Canela.
A) A crônica “Tempo” exemplifica uma narrativa contemporânea, refletindo algo que influencia o espírito do narrador.
B) A crônica “Tempo” apresenta uma descrição do narrador acerca de um fato ocorrido em um breve espaço de tempo.
C)  A repetição do vocábulo “tempo” ressalta poeticamente as reflexões de um narrador em primeira pessoa.
D) As apreensões do narrador acerca do tempo confluem com o caráter de cotidianidade e de brevidade característico do gênero crônica.

Comentário: A) Correta: A consciência da transitoriedade do tempo traz uma reflexão ao narrador. B) Incorreta: O texto não é uma descrição de um fato, mas uma reflexão sobre o próprio tempo. C) Correta: Muitas são as marcações em primeira pessoa, como “minha” e “mim”, que parecem, sim, serem intensificadas com a anáfora “tempo”. D) Correta: O autor faz uma reflexão sobre o tempo, que naquele e neste instante está passando, deixando sua marca em um momento; assim também são as crônicas, caracterizadas pela brevidade de um tempo e cotidianidade.  

 

20 (Unimontes) O tema das viagens, presente na obra Passaporte para a China, de Lygia Fagundes Telles, NÃO evidencia a seguinte conclusão:
A) a viagem representa deslocamento simultâneo de lugar e de culturas.
B) a escrita da viagem significa a recriação de suas emoções e impressões.
C) as vivências de viajante representam oportunidade de conhecer o outro.
D) os relatos de viagem são incursões fictícias que expressam sua evasão.

Comentário: A) Correta: A cada lugar visitado pela autora, ela traz a impressão cultural daquele povo. B) Correta: A cada lugar visitado, a autora interage com o meio e o povo, emocionando-se e recriando suas experiências. C) Correta: Esse conhecer o outro está associado à experiência da alteridade. D) Incorreta: Mesma resposta da questão 17, a autora faz uma viagem real, não fictícia. 

 

Espero que tenha se saído bem na prova
Obrigado pela confiança em nosso trabalho
abraços genuínos
márcio moraes

 

 

 

Publicado por Márcio Adriano Moraes
em 07/12/2014 às 23h40